Esperandança

E eu aqui de novo esperando, Que desse esperar tanto A esperança já virou dança O tempo virou em manto E o rosto só rugas mostrando Mas a vontade, essa não cansa!

Por mais que adiante, não importa Estou sempre para trás e atrasada Quanto de atraso uma vida comporta? Quantas vezes mais serei ultrapassada? Quando serei mestra em vez de pupila? Quando serei, de vez, a última da fila?

Mantenho essa angústia no peito E aguardo por longos dias melhores Junto à certeza e os seus arredores De que fiz tudo que poderia ser feito

#Paratodosverem: a imagem mostra uma gravura de um coelho branco de roupas formais de cor bege, de pé sobre as patas traseiras olhando preocupadamente para um relógio de bolso enquanto segura um fino guarda-chuvas preto. Imagem de domínio público, de autoria de John Tenniel para ilustrar o livro Alice no País das Maravilhas (1890) de Lewis Carrol